terça-feira, 25 de março de 2014

Avaliação de Riscos (Parte II)




A quarta semana de estágio foi mais uma vez dedicada á realização de algumas auditorias a estabelecimentos de comércio escritórios e serviços. Sempre que é realizada uma auditoria é dada informação ao proprietário da empresa/estabelecimento, de que este, como empregador, tem de assegurar a segurança, a higiene e a saúde dos seus trabalhadores, em todos os locais e aspetos relacionados com o trabalho. Apesar de todos os cuidados que possam existir na fase de no decorrer do trabalho poderão sempre surgir fatores de risco, inerentes às diferentes situações de trabalho. Torna-se assim, então, necessário identificá-los e avaliá-los de forma adequada e o mais exaustivamente possível para melhor os poder controlar.
Pretendeu-se com as auditorias realizadas (auditorias estas, com o intuito de efetuar uma avaliação de risco), identificar e caracterizar todos os fatores constituintes do sistema de trabalho em interação – homem, equipamento de trabalho e meio envolvente, como fontes potenciais de riscos. Só uma exaustiva e correta identificação e avaliação de riscos possibilita uma posterior intervenção preventiva eficaz.
As atividades de segurança e Higiene no Trabalho têm como objetivo contribuir para a eliminação dos riscos profissionais e quando tal não for possível indicar as medidas necessárias para reduzi-los a níveis aceitáveis.
A avaliação de riscos é por isso um processo dinâmico com o objetivo de estimar a magnitude dos riscos profissionais para a segurança e saúde dos trabalhadores no trabalho. Os riscos profissionais evoluem numa organização produtiva em função das alterações progressivas das condições de trabalho ao nível tecnológico, da organização do trabalho e dos recursos humanos e da investigação científica na área da segurança e da saúde. Assim, a avaliação de riscos deve ser perspetivada como um processo dinâmico para ser capaz de acompanhar a evolução dos fatores. Fonte: Importância das Auditorias nas Organizações 

Metodologia utilizada pela Clínica Dr. Gomes da Cruz

A análise de riscos tem a seguinte metodologia:
  • Recolha de informações, através da realização de uma vistoria às instalações do estabelecimento (auditoria); 
  • Análise e tratamento da informação recolhida;
  • Elaboração da análise de riscos por posto de trabalho, com base na legislação e normalização em vigor.


Com vista à informação da empresa, sobre os resultados da avaliação de risco elabora-se um relatório com a apresentação dos resultados obtidos e propostas de ação de melhoria. Após a identificação dos riscos, avaliação e apresentação de medidas preventivas, que visam eliminar/reduzir as fontes de risco, o Técnico Superior de Higiene e Segurança no Trabalho acompanha a empresa na implementação das medidas corretivas, fazendo o controlo com periodicidade regular, dentro do estipulado, dos riscos físicos, químicos, biológicos e psicossociais, tendo por base o resultado das avaliações realizadas.

Existem vários métodos disponíveis para se levar a cabo uma avaliação de risco. Em termos gerais, podemos distinguir entre métodos qualitativos e quantitativos mas é necessário também ter em conta os dados disponíveis, os tempos de exposição às situações perigosas e a complexidade das instalações/equipamentos e das tarefas desempenhadas. Acontece ainda, também, que, correntemente, as organizações de menores dimensões ou mais simples são também aquelas que possuem menos dados disponíveis. É o caso que tem acontecido com os estabelecimentos que têm sido alvo de auditoria da minha parte.



O esquema representado na imagem mostra as interações existentes entre equipamentos, utilizadores e ambiente ou meio envolvente. Se estas interações não existissem, também não existiria a probabilidade de ocorrerem acidentes ou incidentes.
 Para auxílio das vistorias é utilizado um checklist que contem uma lista de verificações que pode ser geral ou variar consoante a atividade na qual é utilizada. Esta consiste numa síntese dos itens a serem observados durante a auditoria, evitando esquecimentos e falhas, pelo que constitui um método muito simples de trabalho que pode ser utilizado por qualquer pessoa. Eu considero a checklist uma ferramenta muito importante, bem como um importante instrumento de trabalho, pois auxilia-me a encontrar os vários critérios que eu pretendo verificar, mas isso depende de cada profissional, pois muitos técnicos prefiram não a utilizar pois, por vezes, pode tornar-se confusa e fazer-nos perder algum tempo com o que chamamos “andar para trás e para a frente”.


Não existe apenas uma forma "correta" de efetuar uma avaliação de riscos, pelo que diferentes abordagens podem resultar em diferentes circunstâncias. Uma avaliação de risco propõe uma abordagem baseada em diferentes etapas. Existe varias metodologias que podem ser utilizadas para atingir o mesmo objetivo. Não existe apenas uma forma "correta" de efetuar uma avaliação de riscos, pelo que diferentes abordagens podem resultar em diferentes circunstâncias.
Na Clínica Dr. Gomes da Cruz é utilizada uma abordagem direta dividida em cinco etapas (que inclui elementos de gestão do risco), tal como passo a mostrar de seguida: 

1º Identificação dos perigos e das pessoas em risco.
Elabora-se a análise dos aspetos do trabalho que podem causar danos, e identificação dos trabalhadores que podem.

2º Avaliação e priorização dos riscos
Apreciação dos riscos existentes (gravidade e probabilidade dos potencias danos) e classificação desses riscos por ordem de importância.

3º Decisão sobre medidas preventivas
Identificação das medidas adequadas para eliminar ou controlar os riscos.

4º Adoção de medidas
Aplicação das medidas de prevenção e de proteção através da elaboração de um plano de prioridades.

5º Acompanhamento e revisão
A avaliação deve ser revista regularmente para assegurar que se mantenha atualizada.


Devo referir que existem outros métodos que funcionam igualmente bem, particularmente para riscos e circunstâncias mais complexos. A escolha da abordagem para a avaliação dependerá:

  • Da natureza do local de trabalho (por exemplo, se se trata de um estabelecimento fixo ou temporário);
  • Do tipo de processo (por exemplo, operações repetitivas, processos de desenvolvimento/transformação, trabalho em função das necessidades);
  • Da tarefa executada (repetitiva, ocasional ou de elevado risco);
  • Da complexidade técnica.


Sem comentários:

Enviar um comentário