Esta 3ª semana de
estágio foi dedicada a realização de algumas auditorias a vários locais,
passado a “tempestade inicial” dos Relatórios Únicos.
Como disse, a semana
foi de realização de algumas auditorias e é nelas que me vou debruçar aqui
nesta minha publicação semanal. Não vou obviamente referir todos os
estabelecimentos que foram alvo de auditoria, pois o processo de trabalho de um
modo geral foi em todos semelhantes. Pretendo aqui mostrar os processos de
trabalho, transmitir o porque da sua importância e realização das auditorias de
Avaliação de Riscos nos locais de trabalho.
Falando agora do processo de auditoria
ou análise de risco, ele tem por objetivo identificar e avaliar o risco, e
posteriormente recomendar medidas de mitigação de forma a reduzir o risco para
níveis aceitáveis para a organização. Através de uma
auditoria ou análise de risco, as organizações ou empresas poderão obter muitos
benefícios para proteção da sua segurança e saúde.
A auditoria realizada
pela Clínica Dr. Gomes da Cruz é uma ferramenta para os seus clientes
descobrirem os problemas que estes que possam ter relacionados com a
Higiene e Segurança no Trabalho e posteriormente a sua oportunidade de
melhoria.
A vantagem das
auditorias para os estabelecimentos (clientes), é que eles passam, a saber, o
que tem que ser feito minimamente para continuar operando, de acordo com
aspetos legais ou estabelecidos pela Lei.
Aprendi ao longo dos
quase 4 anos de curso que os acidentes de trabalho e as doenças profissionais
representam um elevado custo, custo este não só material, como humano e social,
e por isso as empresas a própria sociedade procuram, cada vez mais, estratégias
para os prevenir.
Importa também ter
presente que existem dados que demonstram que, em Portugal, o número total de
doenças profissionais certificadas anualmente, e no período 2005-2012, tem
vindo a decrescer linearmente, com exceção do ano 2011, conforme se apresenta
na Figura:
Estes dados visam
demonstrar que é necessário continuar a apostar na avaliação e gestão do risco
profissional como forma de minimização (ou eliminação, idealmente) da
ocorrência de acidentes de trabalho e de desenvolvimento de doenças
profissionais.
Concluída a etapa de
análise de riscos, é necessário proceder à avaliação dos riscos analisados, ou
seja, após realizada a auditoria ao estabelecimento devem-se
planificar as atividades de prevenção. Tal pressupõe que sejam
definidos critérios concretos de graduação do risco.
Uma das abordagens mais
concretas, e a primeira a aplicar, é a análise e avaliação de riscos (AAR), que
tem como missão a eliminação parcial/total dos perigos que possam provocar
tanto os acidentes como as doenças profissionais, não esquecendo as doenças
relacionadas com o trabalho ou agravadas por ele.
A análise e avaliação
de riscos é um processo dinâmico com o objetivo de estimar a magnitude dos riscos
profissionais para a segurança e saúde dos trabalhadores no trabalho. Os riscos
profissionais evoluem numa organização produtiva em função das alterações
progressivas das condições de trabalho ao nível tecnológico, da organização do
trabalho e dos recursos humanos e da investigação científica na área da
segurança e da saúde. Assim, a análise e avaliação de riscos deve ser
perspetivada como um processo dinâmico para ser capaz de acompanhar a evolução
destes fatores. (Albino, 2013)
A magnitude do risco
profissional relaciona-se com a probabilidade de o risco se manifestar (quantas
vezes?) versus a gravidade da lesão que pode provocar (qual a severidade do
dano?). (Albino, 2013).
O
processo de análise e avaliação de riscos profissionais compreende três etapas
fundamentais:
- Identificação dos perigos;
- Análise do risco;
- Valoração do risco.
Este
processo inicial serve de base para a chamada “Gestão do Risco” que compreende:
- Aceitabilidade segundo determinados critérios;
- Decisão sobre as medidas de controlo do risco.
Sistema simplificado de avaliação
de riscos de acidente
A metodologia que vou passar a apresentar permite
quantificar a magnitude dos riscos existentes e, como consequência,
hierarquizar de modo racional a prioridade da sua eliminação ou correção.
Os conceitos-chave da avaliação
são:
- A probabilidade de que determinados fatores de risco (perigos) se materializem em danos;
- A magnitude dos danos (também designado por severidade ou tão somente consequências).
O risco é, em termos gerais, o resultado do produto
da probabilidade pela severidade. Tendo em atenção que está no campo dos
acidentes laborais, a probabilidade traduz a medida de desencadeamento do
acontecimento inicial. Integra em si a duração/exposição das pessoas ao perigo
e as medidas preventivas existentes. Assim sendo, pode-se afirmar que a
probabilidade é função do nível de exposição e do conjunto das deficiências
(que é o oposto das medidas preventivas existentes para os fatores em análise)
que contribuem para o desencadear de um determinado acontecimento não
desejável.
No desenvolvimento do método não se aplicam valores
absolutos mas antes intervalos discretos pelo que se utiliza o conceito de
nível. Assim, o nível de risco (NR) será função do nível de probabilidade (NP)
e do nível de consequências (NC).
O presente método pode ser representado pelo
seguinte esquema.
Nível de Deficiencia (ND)
Designa-se por nível de deficiência (ND), ou nível
de ausência de medidas preventivas, a magnitude esperada entre o conjunto de fatores
de risco considerados e a sua relação causal direta com o acidente.
A tabela que se segue
enquadra a avaliação num determinado nível de deficiência:
Nível
de Exposição (NE)
O
nível de exposição é uma medida que traduz a frequência com que se está exposto
ao risco.
A tabela que se segue
enquadra a avaliação num determinado nível de exposição:
O
nível de probabilidade é determinado em função das medidas preventivas
existentes e do nível de exposição ao risco.
Pode ser
expresso num produto de ambos os termos, apresentado na tabela abaixo.
Nível
de Severidade (NS)
O
nível de severidade do dano refere-se ao dano mais grave que é razoável esperar
de uma ocorrência envolvendo o perigo avaliado:
Nível
de Risco (NR)
O nível de risco será o resultado do
produto do nível de probabilidade pelo nível das consequências NR=NP x NS e que
pode apresentar-se na tabela seguinte:
Nível
de Controlo (NC)
O
nível de controlo pretende dar uma orientação para implementar programas de eliminação
ou redução de riscos, atendendo à avaliação do custo/eficácia.
Definição
da aceitabilidade dos riscos avaliados
O
critério utilizado para definir a aceitabilidade ou não aceitabilidade é o
seguinte:
- Para valores de controlo (NC) iguais ou inferiores a 300, consideraram-se os riscos aceitáveis.
- Para valores do controlo (NC) iguais ou superiores a 360, consideraram-se os riscos não aceitáveis, o que implica que devem ser desencadeadas medidas no sentido de os eliminar ou reduzir ao mínimo possível.
De seguida dou a
conhecer o Napo. Ele é um “Boneco” que aqui neste caso aborda os perigos e
riscos no trabalho, bem como a necessidade de avaliar os riscos e de agir com
base nos resultados para tornar os locais de trabalho mais seguros e saudáveis.
O filme examina os perigos e alguns dos riscos mais comuns no local de
trabalho, bem como a necessidade de: “Parar, pensar e agir” para reduzir o
número de acidentes de trabalho e a incidência de doenças profissionais. O
filme foi concebido como utensílio de formação para introduzir o tema da
avaliação de riscos e os conceitos de perigo e de risco.
Fontes:
http://pme.aeportugal.pt/Aplicacoes/Documentos/Uploads/2004-10-15_16-29-37_AEP-HIGIENE-SEGURANCA.pdf
http://www.factor-segur.pt/artigosA/artigos/metodos_avaliacao_de_riscos.pdf
http://www.factor-segur.pt/artigosA/artigos/metodos_avaliacao_de_riscos.pdf
Sem comentários:
Enviar um comentário