segunda-feira, 17 de março de 2014

Avaliação de Riscos



Esta 3ª semana de estágio foi dedicada a realização de algumas auditorias a vários locais, passado a “tempestade inicial” dos Relatórios Únicos.
Como disse, a semana foi de realização de algumas auditorias e é nelas que me vou debruçar aqui nesta minha publicação semanal. Não vou obviamente referir todos os estabelecimentos que foram alvo de auditoria, pois o processo de trabalho de um modo geral foi em todos semelhantes. Pretendo aqui mostrar os processos de trabalho, transmitir o porque da sua importância e realização das auditorias de Avaliação de Riscos nos locais de trabalho.
Falando agora do processo de auditoria ou análise de risco, ele tem por objetivo identificar e avaliar o risco, e posteriormente recomendar medidas de mitigação de forma a reduzir o risco para níveis aceitáveis para a organização. Através de uma auditoria ou análise de risco, as organizações ou empresas poderão obter muitos benefícios para proteção da sua segurança e saúde.
A auditoria realizada pela Clínica Dr. Gomes da Cruz é uma ferramenta para os seus clientes descobrirem os problemas que estes que possam ter relacionados com a Higiene e Segurança no Trabalho e posteriormente a sua oportunidade de melhoria.
A vantagem das auditorias para os estabelecimentos (clientes), é que eles passam, a saber, o que tem que ser feito minimamente para continuar operando, de acordo com aspetos legais ou estabelecidos pela Lei.


Aprendi ao longo dos quase 4 anos de curso que os acidentes de trabalho e as doenças profissionais representam um elevado custo, custo este não só material, como humano e social, e por isso as empresas a própria sociedade procuram, cada vez mais, estratégias para os prevenir.

Importa também ter presente que existem dados que demonstram que, em Portugal, o número total de doenças profissionais certificadas anualmente, e no período 2005-2012, tem vindo a decrescer linearmente, com exceção do ano 2011, conforme se apresenta na Figura:



Estes dados visam demonstrar que é necessário continuar a apostar na avaliação e gestão do risco profissional como forma de minimização (ou eliminação, idealmente) da ocorrência de acidentes de trabalho e de desenvolvimento de doenças profissionais.

Concluída a etapa de análise de riscos, é necessário proceder à avaliação dos riscos analisados, ou seja, após realizada a auditoria ao estabelecimento devem-se planificar as atividades de prevenção. Tal pressupõe que sejam definidos critérios concretos de graduação do risco.
Uma das abordagens mais concretas, e a primeira a aplicar, é a análise e avaliação de riscos (AAR), que tem como missão a eliminação parcial/total dos perigos que possam provocar tanto os acidentes como as doenças profissionais, não esquecendo as doenças relacionadas com o trabalho ou agravadas por ele.

A análise e avaliação de riscos é um processo dinâmico com o objetivo de estimar a magnitude dos riscos profissionais para a segurança e saúde dos trabalhadores no trabalho. Os riscos profissionais evoluem numa organização produtiva em função das alterações progressivas das condições de trabalho ao nível tecnológico, da organização do trabalho e dos recursos humanos e da investigação científica na área da segurança e da saúde. Assim, a análise e avaliação de riscos deve ser perspetivada como um processo dinâmico para ser capaz de acompanhar a evolução destes fatores. (Albino, 2013)
A magnitude do risco profissional relaciona-se com a probabilidade de o risco se manifestar (quantas vezes?) versus a gravidade da lesão que pode provocar (qual a severidade do dano?). (Albino, 2013).

O processo de análise e avaliação de riscos profissionais compreende três etapas fundamentais:

  • Identificação dos perigos;
  • Análise do risco;
  • Valoração do risco. 

Este processo inicial serve de base para a chamada “Gestão do Risco” que compreende:

  • Aceitabilidade segundo determinados critérios;
  • Decisão sobre as medidas de controlo do risco.



Sistema simplificado de avaliação de riscos de acidente

A metodologia que vou passar a apresentar permite quantificar a magnitude dos riscos existentes e, como consequência, hierarquizar de modo racional a prioridade da sua eliminação ou correção.

Os conceitos-chave da avaliação são:
  • A probabilidade de que determinados fatores de risco (perigos) se materializem em danos;
  • A magnitude dos danos (também designado por severidade ou tão somente consequências).


O risco é, em termos gerais, o resultado do produto da probabilidade pela severidade. Tendo em atenção que está no campo dos acidentes laborais, a probabilidade traduz a medida de desencadeamento do acontecimento inicial. Integra em si a duração/exposição das pessoas ao perigo e as medidas preventivas existentes. Assim sendo, pode-se afirmar que a probabilidade é função do nível de exposição e do conjunto das deficiências (que é o oposto das medidas preventivas existentes para os fatores em análise) que contribuem para o desencadear de um determinado acontecimento não desejável.

No desenvolvimento do método não se aplicam valores absolutos mas antes intervalos discretos pelo que se utiliza o conceito de nível. Assim, o nível de risco (NR) será função do nível de probabilidade (NP) e do nível de consequências (NC).

O presente método pode ser representado pelo seguinte esquema.


Nível de Deficiencia (ND)

Designa-se por nível de deficiência (ND), ou nível de ausência de medidas preventivas, a magnitude esperada entre o conjunto de fatores de risco considerados e a sua relação causal direta com o acidente.

A tabela que se segue enquadra a avaliação num determinado nível de deficiência:


Nível de Exposição (NE)

O nível de exposição é uma medida que traduz a frequência com que se está exposto ao risco.

A tabela que se segue enquadra a avaliação num determinado nível de exposição:



O nível de probabilidade é determinado em função das medidas preventivas existentes e do nível de exposição ao risco.

Pode ser expresso num produto de ambos os termos, apresentado na tabela abaixo.


Nível de Severidade (NS)

O nível de severidade do dano refere-se ao dano mais grave que é razoável esperar de uma ocorrência envolvendo o perigo avaliado:


Nível de Risco (NR)

O nível de risco será o resultado do produto do nível de probabilidade pelo nível das consequências NR=NP x NS e que pode apresentar-se na tabela seguinte:


Nível de Controlo (NC)

O nível de controlo pretende dar uma orientação para implementar programas de eliminação ou redução de riscos, atendendo à avaliação do custo/eficácia.


Definição da aceitabilidade dos riscos avaliados

O critério utilizado para definir a aceitabilidade ou não aceitabilidade é o seguinte:

  • Para valores de controlo (NC) iguais ou inferiores a 300, consideraram-se os riscos aceitáveis.
  • Para valores do controlo (NC) iguais ou superiores a 360, consideraram-se os riscos não aceitáveis, o que implica que devem ser desencadeadas medidas no sentido de os eliminar ou reduzir ao mínimo possível.

De seguida dou a conhecer o Napo. Ele é um “Boneco” que aqui neste caso aborda os perigos e riscos no trabalho, bem como a necessidade de avaliar os riscos e de agir com base nos resultados para tornar os locais de trabalho mais seguros e saudáveis. O filme examina os perigos e alguns dos riscos mais comuns no local de trabalho, bem como a necessidade de: “Parar, pensar e agir” para reduzir o número de acidentes de trabalho e a incidência de doenças profissionais. O filme foi concebido como utensílio de formação para introduzir o tema da avaliação de riscos e os conceitos de perigo e de risco.


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