quinta-feira, 10 de abril de 2014

Prevenção e Proteção contra Incêndios




Olá a todos, bem-vindos a mais uma publicação do meu blog. Esta semana pretendo falar sobre a temática da prevenção e proteção contra incêndios. No decorrer das várias auditorias que tenho realizado, sejam estas a estabelecimentos de comércio, escritórios, prestadores de serviços, industria, etc. um dos aspetos a ter sempre em conta em todos eles são os sistemas de prevenção e proteção contra incêndios.
Este aspeto é de extrema importância na Higiene e Segurança no Trabalho porque, no caso de ocorrer algo como um incêndio, o mesmo pode tomar proporções destruidoras e pode também causar perdas irrecuperáveis.
A proteção da saúde dos ocupantes/trabalhadores do estabelecimento assume o principal motivo do correto funcionamento dos sistemas de proteção contra incêndios, isto no meu ponto de vista, mas contudo é de extrema importância proteger também as instalações, pois algumas têm um grande valor para os seus proprietários e funcionários, um incêndio de grandes proporções poderia destruir tudo e causar assim um grande impacto económico e emocional para todos os seus funcionários/proprietários.

Para se iniciar um incêndio é preciso que exista uma combustão. Por sua vez esta necessita de 3 outros fatores que são indispensáveis para dar origem a uma reação exotérmica, sendo eles:

Combustível: É uma substância que no estado sólido, líquido ou gasoso é susceptível de arder (o que vai arder);

Comburente: É um elemento ou composto químico susceptível de provocar oxidação ou combustão de outras substâncias, (normalmente corresponde ao ar, porque contem cerca de 21% de oxigénio);

Energia de Ativação: É a quantidade mínima de energia para iniciar a combustão de um combustível no seio de um comburente. Esta energia é fornecida na combustão pelos focos de ignição.

Fonte: (Albino 2013)




Os incêndios começam nos focos de ignição e estes podem ser de origem térmica, elétrica, quimica ou mecânica. Passo a representar os principais focos de ignição:

Focos de Ignição
Origem Térmica
  • Equipamentos e materiais que apresentam chama nua, tais como fósforos, isqueiros, fogões e aparelhos de iluminação ou aquecimento não elétricos;
  • Instalações ou equipamentos produtores de calor, tais como fornos ou caldeiras;
  • Associados ao ato de fumar;
  • Trabalhos a quente ou com chama viva, tais como soldadura e moldagem a quente;
  • Fenómenos naturais nomeadamente radiação e condições térmicas ambientais.

Origem Ecléticas
  • Descargas de equipamentos elétricos durante a manobra, tais como interruptores, contadores, disjuntores e motores;
  • Sobreaquecimentos, descarga ou curtos-circuitos de instalações elétricas devido a mal dimensionamento ou falta de proteção;
  • Eletricidade estática;
  • Equipamentos elétricos defeituosos e mal utilizados;
  • Fenómenos naturais nomeadamente as descargas elétricas atmosférica (decorrentes da trovoada).

Origem Química
  • Reação química exotérmica, com principal incidência em locais mal ventilados;
  • Reação de substâncias auto-oxidantes.

Origem Mecanica
  • Chispas provocadas por ferramentas, equipamentos em movimento ou calçado;
  • Sobreaquecimento devido a fricção mecânica.


Incêndios nas instalações de trabalho acarretam grandes prejuízos, sejam eles materiais ou em caso mais graves humanos. O fogo decorrido nas instalações de trabalho (industrias ou empresas) depende da combustão de alguns materiais, ou seja o fogo tem uma classificação mediante o material envolvido no acidente.

Classificação do fogo
Classes do fogo
Designação
Exemplos Substancias
Classe A
Fogos de materiais sólidos, em geral de natureza orgânica, em que a combustão se faz, normalmente, com formação de brasas.
Madeira, Carvão, Papel, Tecidos, alguns plásticos, etc.
Classe B
Fogos de líquidos ou de sólidos liquidificáveis.
Óleos, gasolina, álcool, tintas, ceras, verniz, etc.
Classe C
Fogos de gases.
O metano, propano, butano, gás natural, acetileno e hidrogénio, entre outros.
Classe D
Fogos de Metais.
Os metais leves (Alumínio, Sódio, Magnésio, Titânio, etc.)

Em caso de utilização dos meios de proteção contra incêndios, deve-se saber que esses estão adaptados a um ou mais tipos de fogos nos diversos materiais. Poder-se utilizar um determinado agente extintor que poderá provocar danos graves quer ao utilizador quer ao ambiente. Deste modo torna-se aconselhável conhecer os diversos agentes extintores.

Fogos de Classe A:
Agua - (Em jato ou pulverizada)

Fogos de Classe B e C:
Neve carbónica - (Extintor com dióxido de carbono sob pressão que solidifica quando se expande bruscamente).

Fogos de Classe A, B e C:
Pó polivalente (Pó químico) – (Extintor em que o pó é dihidrogenofosfato de amónico).

Fogos de Classe D:
Pó especial - (Extintor em que o pó é grafite ou cloreto de sódio ou pó de talco, etc.)

Fogos de Classe A e D:
Areia


Torna-se assim indispensável para a segurança das pessoas e dos edifícios e existência de meios de combate ao fogo com uma rápida e eficaz intervenção. Existem vários meios de combate a incendio e cada uma tem a sua importância. Os meios de extinção, por assim dizer, podem-se dividir em dois grupos: 

Meios de combate ao incendio internos - Os meios de combate ao incendio internos podem-se dividir em dois grupos, que são os de primeira intervenção e os de segunda intervenção.

Primeira intervenção:
  • Os extintores,
  • As caixas de areia
  • As mantas
  • Os sistemas de extinção fixos, que entram automaticamente em funcionamento


Segunda intervenção:
  • Redes secas
  • Redes húmidas

Meios de combate ao incêndio externos - Os meios de combate externos ao edifício são destinados à ação dos bombeiros, especialmente as bocas-de-incêndio e os marcos de incêndio.



Existe desde 1 de Janeiro de 2009 o Dec-lei n.º 220/2008 que estabelece o Regulamento Geral contra Incêndios, regulamento esse que contem um vasto conjunto de exigências técnicas à segurança contra incêndios, no que diz respeito à conceção geral da arquitetura dos edifícios e recintos a construir, alterar ou ampliar, às disposições sobre construção, às instalações técnicas e aos sistemas e equipamentos de segurança. Contempla ainda as necessárias medidas de autoproteção e de organização de segurança contra incêndios, aplicáveis quer em edifícios existentes quer em edifícios a construir.
Posteriormente, e porque era necessário regular tecnicamente as premissas apresentadas neste diploma legal, foi publicada a Portaria n.º 1532/2008 de 29 de Dezembro, que aprova o Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndios em Edifícios. Esta portaria vem caracterizar as condições técnicas e especificas referente aos seguintes aspetos:

  • Condições exteriores comuns dos edifícios;
  • Condições de comportamento ao fogo dos materiais e equipamentos utilizados;
  • Isolamento e proteção dos meios;
  • Condições de evacuação;
  • Condições das instalações técnicas;
  • Condições dos equipamentos de segurança contra incêndios;
  • Condições de autoproteção.


O tema dos sistemas de prevenção e proteção contra incêndios assume uma grande importância na minha área, não apenas para verificar se todos estão a funcionar bem na prática, ou proteger vidas humanas e bens materiais, mas também para procurar informar todos os que estão envolvidos, os riscos que correm com a não utilização ou má utilização dos mesmos. Torna-se assim necessário apostar na prevenção, elaborando projetos iniciais já tendo em conta os meios de proteção e a prevenção contra incêndios. 






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